quinta-feira, 16 de abril de 2015

O primeiro socorro à distância do toque

O desenvolvimento dos smartphones têm originado um constante crescimento de aplicações móveis com as mais diversas utilidades. Se a área da saúde não ficou “imune” a este fenómeno, a Cruz Vermelha não ficou indiferente e lançou uma aplicação de Primeiros Socorros para sistemas operativos Android ou IOS.
Por:Anabela Carvalho e José Carlos Costa (16/04/2015)

“Socorrismo – Cruz Vermelha”, é o nome do aplicativo que a Cruz Vermelha Portuguesa acabou de lançar no seguimento da comemoração dos seus 150 anos. A aplicação tem como objetivo auxiliar os utilizadores a atuar perante uma situação de emergência e ajudar na prestação de primeiros socorros que podem fazer a diferença entre a vida e a morte. Todos os conteúdos disponibilizados pelo grupo humanitário foram desenvolvidos com o intuito de abordar situações reais do quotidiano. Se hoje em dia grande parte das pessoas já possuem smartphones, em sentido contrário, os locais onde a internet é disponível e de livre acesso acaba por ficar aquém das expetativas. Para que os utilizadores não sejam afetados pela impossibilidade de aceder à internet, a aplicação “Socorrismo” funciona, mesmo que não exista ligação à rede.
Os utilizadores que descarreguem a App têm acesso a instruções simples de primeiros socorros que os guiam nas situações do quotidiano para casos de alergias, crises de asma, hemorragias, fraturas, queimaduras, crises diabéticas, obstrução da via área, entre outras funcionalidades. A aplicação permite a ligação direta para o número de emergência médica (112), tem vídeos e animações que tornam a aprendizagem mais fácil e divertida, dicas de segurança adaptadas a diversas situações, desde o inverno rigoroso, a situações menos frequentes no nosso país mas que não foram esquecidas como os furacões, sismos e tornados. Os utilizadores podem ainda fazer donativos e tornarem-se membros ou voluntários da instituição.
A aplicação contém uma parte lúdica com questionários interativos que permitem aos utilizadores mostrar os seus conhecimentos e ganhar distintivos que podem partilhar com os seus amigos.
O lançamento desta aplicação por parte da Cruz Vermelha vem reforçar a importância que este tipo de iniciativas tem para as entidades públicas portuguesas, depois do Banco de Portugal ter lançado também a sua aplicação.
Os downloads de apps têm aumentado galopantemente e segundo a Portio Research, especialista em mensagens móveis, estima-se que irão ser feitos em 2017 mais de 200 mil milhões de downloads por ano.
Com este crescente de downloads a área da saúde tem sido uma das mais procuradas, num fenómeno que já se popularizou como mHealth. Segundo a Organização Mundial de Saúde, mobile health significa a realização de “práticas médicas e de saúde pública auxiliadas por aparelhos portáteis, como telemóveis, aparelhos de monitorização de pacientes, assistentes pessoais digitais (PDAs) e outros aparelhos wireless”.
Segundo um estudo feito Mobile pela Health Market News as empresas investiram 900 milhões de dólares em mobile health. No entanto apesar de todo o entusiasmo em volta deste tipo de aplicativos a sua eficácia ainda não está bem clarificada. Em 2011, a Organização Mundial da Saúde descobriu que apenas 12% das iniciativas de saúde móvel incluíam avaliação.
Apesar do desenvolvimento e do grande investimento o mobile health tem um longo caminho a percorrer. 

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