O escritor David Machado é o
terceiro português a vencer o Prémio da Literatura da União Europeia em 2015.
Nascido em Lisboa em 1978, David Machado licenciou-se em Economia pelo ISEG,
mas decidiu trocar os números pela escrita de ficção e literatura infantil. Numa
entrevista concedida ao jornal Observador, David Machado afirmou que isso
aconteceu quando concluiu o curso de economia e ficou desempregado.
Bruno Silveira e Liliana Serafim
Desde criança que o autor
gostava de ler, mesmo entrando na faculdade num curso totalmente diferente, a
escrita continuou a ser sempre uma rotina, pensando sempre no futuro na
publicação de livros. O autor refere que sentiu algumas dificuldades em
escrever para adultos afirmando que “durante dois anos escrevi para adultos e
sem conseguir publicar nada”.
Em 2005, a sua obra para
crianças “A noite dos Animais Inventados” foi galardoada com o prémio
Branquinho da Fonseca da Fundação Calouste Gulbenkian e do jornal Expresso.
Cinco anos mais tarde, “o Tubarão na Banheira” foi o grande vencedor do prémio
da Sociedade Portuguesa de Autores/RTP na categoria literatura infantil e de
juvenil.
O livro “Índice médio de
felicidade” traduz as dificuldades vividas por um homem numa época de crise que
procura encontrar o seu próprio bem estar. Felicidade e esperança são temas
bases desta obra que representa um romance do futuro, aliado às dificuldades
financeiras de perder o emprego e ter a família para sustentar. O livro
confirma o talento de David Machado, considerado por muitos como um dos
melhores ficcionistas da sua geração.
Prémio da União Europeia da Literatura
O prémio da União Europeia para a Literatura foi lançado
pela Comissão Europeia em 2009, na altura indo de encontro às comemorações do
Ano Europeu da Criatividade e Inovação. Foca-se principalmente na criatividade
e no património da literatura europeia contemporânea, promovendo a livre
circulação de obras na Europa e alargando o interesse nas obras internacionais.
Com um prémio avaliado em 5000 euros para cada um dos vencedores, esta vertente
está direcionada para um dos 37 países que participam no programa Europa
Criativa. Para se habilitar ao prémio, o escritor deverá ser elegido pelo seu
país como jovem romancista e ter entre dois a quatro livros de ficção,
publicados cinco anos antes da data do prémio. Desde o lançamento do prémio em
2009, já foram concedidos apoios financeiros a cerca de 203 traduções dos 56 livros vencedores.
Outros vencedores do Prémio de Literatura da União Europeia
Dulce Maria Cardoso
Em 2009, o livro “Os Meus Sentimentos” de Dulce Maria
Cardoso foi um dos vencedores do Prémio da União Europeia para a Literatura. A
escritora de 40 anos portuguesa venceu este prémio logo na primeira edição.
Nascida em Trás-os-Montes, lançou o seu primeiro romance em 2001, através de
uma bolsa de criação literária do Ministério da Cultura, vencendo com a obra
“Campo de Sangue” o Grande Prémio Acontece de Romance. Em 2010, o “Chão dos
Pardais” valeu-lhe o Prémio Pen Club Portugues. No ano seguinte, publica mais
um romance, intitulado “O Retorno” e desde então virou-se para os mais jovens,
publicando dois livros infantis e um conto.
Afonso Cruz
Afonso Cruz foi o segundo português a receber o prémio de
Literatura da União Europeia, no ano de 2012 com o livro “A Boneca de
Kokoschka”. Nascido em 1971 na Figueira da Foz, Afonso Cruz é conhecido também como
músico, ilustrador e realizador de filmes de animação. A sua carreira como
escritor iniciou-se em 2008 com a publicação do seu primeiro romance “A Carne de
Deus – Aventuras de Conrado Fortes e Lola Benites”.
Um ano mais tarde, Afonso Cruz recebeu o Grande Prémio do
Conto Camilo Castelo Branco com a obra “Enciclopédia da Estória Universal” e o
Prémio Literário Maria Rosa Colaço com o romance “ Os Livros Que Devoram o Meu
Pai. Em 2011, “A Contradição Humana” foi vencedor do Prémio Autores da SPA/RTP.
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