terça-feira, 31 de março de 2015

Coreia do Norte cada vez mais distante do mundo

Cada vez mais isolada e distanciada das outras sociedades e países, a Coreia do Norte é um país que permanentemente é notícia devido à sua política e conduta. No mês de outubro 80 pessoas foram executadas publicamente por verem vídeos e lerem a Bíblia. 

Por: Carina Alves e Daniela Berrincha

As sequelas e marcas deixadas pela Segunda Guerra Mundial ainda estão presentes na Coreia. Quando foi ocupada pelos Estados Unidos e pela União Soviética, e dividida em dois países distintos a Coreia do Norte recusou-se a recusar da eleição supervisionada pelas Nações Unidas, feita em 1948, que levava à criação de dois governos coreanos separados para as duas zonas de ocupação. Ambos os países reivindicaram soberania sobre a península inteira, o que os levou à Guerra da Coreia em 1950 acabando apenas com um armistício assinado em 1953 que suspendeu o conflito contudo, ambas as Coreias estão actualmente em guerra. 
Este estado, considerado ditadura hereditária, teve como fundador o seu único presidente Kim Jong-il. A Coreia do Norte usa um sistema de governo que também utiliza um sistema de departamentalização dos ministérios. Há também académicos que rejeitam a noção de que a Coreia do Norte seja um Estado socialista que defende o comunismo, ao alegar a liderança norte-coreano usa o comunismo como uma justificativa para a sua forma de governar. 
O governo norte-coreano exerce um controlo sobre muitos aspectos da cultura do país usado para perpetuar um culto de personalidade em torno do presidente. Pouco se sabe sobre o modo de vida da população, hábitos e costumes. Sabe-se sim que os cidadãos norte-coreanos não são protegidos pelos direitos humanos sofrendo repressão e falta de liberdade de expressão e violência por parte da polícia do estado. Milhares são aqueles que estão forçosamente em campos de trabalho e passam fome por falta de alimentos e condições de vida. 
Foi por todos estes motivos que Parque Yeon-mi e a sua família decidiram fugir em busca de liberdade. Escaparam da Coreia do Norte em 2007 e actualmente Yeon-mi vive na Coreia do Sul trabalhando como activista e repórter, aparecendo como uma celebridade em talk shows que defendem a causa dos refugiados norte-coreanos. eon-mi ganhou destaque mundial depois de fazer um discurso numa cimeira que reúne jovens de todo o mundo para desenvolver soluções para as questões do mundo, One Young World Summit 2014, em Dublin, Irlanda. O vídeo do seu discurso, que se tornou viral rapidamente atingiu mais de dois milhões de visulizações no YouTube. 

quinta-feira, 26 de março de 2015

O mundo das mulheres-girafa

Em casas feitas de palha, sem água corrente ou eletricidade, os Karen Padaung dedicam-se principalmente à tecelagem e ao artesanato. Quem os visita, não está ali para comprar mas para apreciar de perto as míticas mulheres-girafa que fazem parte desta comunidade e se tornaram numa das maiores atrações turísticas da Tailândia.


"Mulher-girafa"
Refugiadas nas montanhas do noroeste tailandês, numa cidade chamada Mianmá, as mulheres-girafa são conhecidas por usarem uma espiral de cobre em volta do pescoço, como se tratasse de um pescoço de girafa.
A etnia Karen, à qual os Padaungs pertencem, possui uma tradição cultural muito antiga e detalhada. A utilização de uma espiral em volta do pescoço, que pode chegar aos 30 cm, representa um ritual de beleza das mulheres da comunidade. Em noite de lua cheia, quando uma menina Padaung completa cinco anos de idade é colocada a primeira argola no seu pescoço. Ao longo dos anos, os aros vão sendo substituídos até que esta complete 18 anos. O objetivo é que na idade de se casar, a então mulher utilize já um colar que tenha mais de 25 cm.
Ainda que seja uma tradição curiosa que atrai vários turistas ao local, este ritual traz sérios problemas para as mulheres-girafa. Algumas mulheres usam diariamente mais de três quilos ao pescoço, resultado do peso do espiral em cobre. Este adereço apenas é retirado para ser lavado e mudado nos rituais de troca.
Ao contrário do que a maior parte dos visitantes da aldeia Chiang Dav pensa, a utilização deste objeto tradicional não aumenta consideravelmente o pescoço das mulheres. O que acontece é que depois de algum tempo, os ombros descem pois a clavícula vai cedendo com o peso dos aros.
Como acontece em todas a tradições, uma mais que outras, os rituais vão se perdendo com o passar dos anos. A curiosidade dos turistas leva-os cada vez mais a visitar a comunidade e o dinheiro que estes oferecem para que elas se deixem fotografar torna-se a fonte de rendimento de algumas destas mulheres. Com os novos tempos, em muitos casos, a utilização deste adereço já não é tanto uma forma de seguir um ritual tradicional, mas sim um meio de conseguir subsistência através do dinheiro dos turistas.
Torna-se cada vez mais normal verem-se mulheres Karen Padung sem os aros no pescoço, por opção própria, o que é aceitável perante o resto da comunidade. Porém, até nas montanhas tailandeses a crise económica que se faz sentir leva a que muitas façam o sacrifício de forma a garantirem a sua sobrevivência.



Por: Soraia Ferros e Ana Catarina Silva

Fontes:
Site Revista Planeta
Blogue 360 Meridianos
Blogue Venturas
Site Curiosidades e Cultura

Foto: Site Jornaljr

Partidos Extremistas em Crescimento

Por: José Carlos Costa e Anabela Carvalho

  A revolução francesa de 1789 trouxe ao mundo a distinção entre Esquerda e Direita. No império de Napoleão Bonaparte, os membros da Assembleia Nacional dividiram-se, à direita como partidários do rei e à esquerda como simpatizantes da revolução. Nesse momento, a distinção entre Esquerda e Direita foi concebida com a divisão entre partidários da República e partidários da Monarquia. Desse momento até aos dias de hoje, a Esquerda e Direita sofreu diversas alterações, formas de prática e opiniões convergentes.
  Já no século XX, as Eleições Gerais britânicas de 1906 e os debates sobre a Guerra Civil Espanhola no final de 1930, foram alguns dos acontecimentos históricos que ajudam a identificar as distinções entre a Esquerda e a Direita.
  Mesmo assim, o momento na história da humanidade que deixou mais claro a distinção entre ideologias foi a chamada “Guerra Fria”. De um lado o modelo liberal, democrático e capitalista, do outro o modelo social, autoritário e comunista.
   Após a queda do Muro de Berlim assistimos a mutações concetuais que tornam limitada a distinção entre Esquerda e Direita e, segundo alguns cientistas políticos, existe hoje uma definição mais complexa que procura combinar dimensões políticas, económicas e sociais. Klaus von Beyme, cientista político alemão, categoriza os partidos europeus em nove famílias, são elas o comunismo, socialismo, política verde, liberalismo, democrata cristão, conservador e extrema-direita.
  Outro conceito difícil de distinguir é o Extremismo. Entendido genericamente como um modelo de ação política que preconiza soluções extremas, radicais e revolucionárias para os problemas sociais. É facilmente associado ao dogmatismo, fanatismo e tentativa de imposição de estilos que rompem com os valores que vigoram numa sociedade. Esse facto ajuda a que na generalidade o uso deste conceito seja mantido com uma conotação negativa. O extremismo é então entendido como a adoção de um comportamento que rejeita as regras de uma comunidade política, não se identificando com as suas finalidades, valores e instituições, procurando transformá-los. Quem adota o extremismo tem como prática a recusa da negociação e do compromisso.
  Posteriormente, haverá duas distinções que na vertente concetual são fáceis de distinguir mas que na prática causa alguma confusão. De um lado, a Extrema-Direita refere-se ao apoio de uma forte ou completa hierarquização social da sociedade e apoia a supremacia de certos indivíduos ou grupos. A Extrema-Direita é associada a pessoas ou grupos que possuem nacionalismos extremados, xenófobos, racistas, fundamentalistas religiosos ou possuidores de visão reacionária. Alguns movimentos de Extrema-Direita procuram a opressão e genocídio com base na inferioridade de uma parte da população comparativamente a outra. Do outro lado, a Extrema-Esquerda é utilizado em muitos países da Europa e da América, para designar correntes políticas situadas à esquerda dos partidos socialistas e dos partidos comunistas tradicionais. A Extrema-Esquerda facilmente relacionada ao marxismo, passa por defender reformas radicais do sistema social, político e económico, por distribuir equitativamente a riqueza e descentralizar o controlo dos meios de produção. Seja a Extrema-Direita ou Extrema-Esquerda, ambas são caracterizadas por um espaço de discussão que cria uma rotura, por um forte culto de autoridade a líderes carismáticos.
  Segundo a imprensa mundial nos últimos tempos tem surgido diversas correntes políticas extremistas. A verdade é que este facto é passível de discussão. O caso mais recente ocorreu nas eleições legislativas da Grécia com a eleição de Alexis Tsipras como Primeiro-Ministro do país helénico. Este foi eleito pelo partido de esquerda, fundado em 2004, o Syriza, que nasceu de uma aliança eleitoral de 13 partidos e organizações de esquerda. O Syriza é entendido por muitos como um partido extremista por defender o aumento dos impostos para os contribuintes com mais rendimentos, o adiamento ou anulação dos pagamentos da dívida, cortes nos gastos da defesa e um aumento do salário mínimo e das pensões. O partido de Tsipras defende uma frente ampla de anti austeridade e especulou-se que iria promover a saída da Grécia da União Europeia. Se é verdade que as medidas levadas a cabo pelo representante do Syriza acabam por romper com o sistema social, político e económico levado a cabo nos últimos anos no país grego, não será legítimo entender o Syriza como um partido extremista, isto porque dentro deste partido existem diversas ideologias como o socialismo democrático, ecossocialismo, socialismo e anti capitalismo e os diferentes membros posicionam-se nessas diferentes ideologias. Aquilo que muitos entendem por um crescimento dos partidos extremistas acaba por ser um crescimento de partidos populistas.
  Em suma, podemos verificar que a prática política levada a cabo nos dias de hoje acaba por dificultar a tarefa de caracterização ideológica, tendo em conta a posição que os agentes acabam por ocupar.



Religião católica em queda em Portugal

Em Portugal, oito em cada dez portugueses são católicos. Apesar da percentagem de católicos se manter elevada, esta tem vindo a diminuir nos últimos anos devido ao crescimento de outras religiões.
Segundo o estudo que foi realizado pelo Centro de Estudos de Religiões e Culturas da Universidade Católica Portuguesa, entre os anos de 1999 a 2011 verificou que a religião Católica diminuiu de 88,9% para os 79,5%. O decréscimo da população católica em Portugal encontra-se relacionado com o aumento de outras religiões como os Protestantes/ evangélicos e Testemunhas de Jeová.
Entre os anos estudados, os Protestantes/evangélicos foi a religião que sofreu o maior aumento passando de 0,3% para 2,8%, prosseguindo as Testemunhas de Jeová com um aumento de 1% para 1,5%.
Nos últimos censos realizados em Portugal, em 2011, 14,2% da população portuguesa apresentava-se sem religião, ao registar um aumento de 6% em relação ao ano de 1999.
Fonte: Centro de Estudos de Religiões e Culturas da Universidade Católica Portuguesa os católicos em Portugal 
O estudo da Universidade Católica Portuguesa concluiu que três quartos da população portuguesa nunca mudou de religião, 21% mudaram uma vez e 2% tornaram-se católicos.
A maioria da população não crente no nosso país encontra-se na região de Lisboa e Vale do Tejo, enquanto o Norte é a região que apresenta a maior percentagem de católicos com 43,6 % da população.

Fontes: Público, Esquerda Republicana, Online 24 e IQC

Por: Liliana Serafim e Pedro Ferreira


Aquecimento Global em processo crescente


O aquecimento global torna-se um problema cada vez mais preocupante nas sociedade modernas.


Por: Anabela Carvalho


Aquecimento Global pode ser definido como um tipo especifico de mudança climática à escala global., traduzindo-se no processo de aumento da temperatura média dos oceanos e do ar perto da superfície da terra. As causas para este fenómeno são as emissões de humanas de gases. Já desde o século XIX que este aumento exponencial de temperatura se tem vindo a notas. Os principais gases a serem emitidos pelo homem são dióxido de carbono e metano, resultante de várias atividades humanas como queimas de combustíveis fosseis, ou o uso de fertilizantes.
Segundo um estudo desenvolvido pelo Centro Nacional de Neve e Gelo, o nível de gelo existente no Mar Ártico é o mais baixo desde que em 1972 se começou a medir a quantidade de água gelada. A quantidade de gelo verificado no Mar Ártico, na região que circunda o Polo Norte, está reduzida a 14,54 milhões de quilómetros quadrados.
Segundo o painel intergovernamental para as mudanças climáticas das Nações Unidas, a diminuição do gelo nesta zona do planeta, está associada ao aquecimento global e à emissão de poluente por parte das fábricas e centrais de energia localizados na Europa e na Ásia.
O aumento nas temperaturas globais e a nova composição da atmosfera desencadeia fortes alterações em vários sistemas da terra. Afetam os mares, provocando a elevação do nível das águas, mudanças nas correntes marinhas e na composição química das águas, extensão de espécies e até afetam irregularmente o regime de chuvas.
No caso especifico do Ártico, segundo estudos esta é a região que está a sofrer mais com o aquecimento global. As temperaturas elevadas têm provocado o derretimento do gelo marinho, e leva ao desaparecimento de espécies nativas.
Segundo um estudo de 2012 desenvolvido pela “Environmental Research Letters” 70% a 95% do degelo (derretimento de gelo ou neve) no Ártico está a ser causado por atividade humana. O degelo no Ártico tem afetado a fauna local, nomeadamente os ursos marinhos e as focas.
A organização das nações Unidas alerta para que o aquecimento e as suas consequências continuaram por séculos e séculos e consequências graves, serão mesmo irreversíveis para a civilização.

Um paraíso para o mergulho na costa Mexicana

Mergulhos no mar do Cortez são muito procurados.
Foto: Mexico Consejo Promoción Turística
Águas cristalinas do Oceano Pacífico penetram em um corredor e formam um dos mais atrativos pontos de mergulho do mundo. O Mar do Cortez. Com montanhas e canyons submersos que podem ser visitados por turistas através de 25 locais de mergulho.

Um paraíso do mergulho localizado nos mares da costa mexicana. No local é possível encontrar mais de 850 espécies de animais marinhos, entre baleias e peixes tropicais. O Mar do Cortez se tornou famoso por causa do oceanógrafo Jacques Cousteau que o apelidou de “aquário do mundo“. É um dos ambientes marinhos mais exclusivos que existe, considerado biologicamente, por alguns especialistas, como o mais rico da Terra.

Também conhecido como Golfo da Califórnia, o Mar do Cortez banha extensas praias de areias brancas nos estados de Baja California, Baja California Sur, Sonora e Sinaloa. Em cada estado há cidades e praias que recebem milhares de turistas ao longo do ano.

No estado de Sinaloa, as praias de Punta Copas, Las Hamacas e Maviri recebem turistas para os passeios de barcos que navegam pelas águas do Mar do Cortez. O destino dos passeios costuma ser o Farallón de San Ignacio, uma formação rochosa que se converteu em santuário de aves e espécies da fauna marinha.

Em Sonora, as praias de Punta Doble e Punta San Antonio são consideradas as mais belas para a prática do mergulho. A água é cristalina e a cidade onde estão essas praias, San Carlo, é cercada por montanhas que também podem ser exploradas pelos visitantes.

No estado da Baja California estão as praias em que se pratica o mergulho em águas profundas. Durante o inverno, o mergulho não é recomendado, mas os turistas que ali estão podem observar a migração das baleias para o sul.

Na Baja California Sur estão as cidades e praias favoritas dos viajantes. A capital do estado, La Paz, é um dos principais destinos para quem deseja conhecer o Mar do Cortez. A cidade foi fundada em 1535 e possui roteiros turísticos históricos terrestres e marinhos, como a visita à Missão Jesuíta do século XVII e rotas de mergulho nas ilhas do Espíritu Santo e Partida. É nessas ilhas que se encontram diversas espécies de tubarão.
 
La Paz também é um centro comercial e político regional, quem chega ao destino encontra uma cidade pacata e com uma atmosfera nostálgica. No centro da cidade é possível conhecer o artesanato da região assim como desfrutar da gastronomia típica mexicana.


Foto: Mexico Consejo Promoción Turística
O Aquário do Mundo

As montanhas e canyons submersos do Mar do Cortez produzem correntes ascendentes chamadas de ressurgência, que são ricas em nutrientes.

Este fenômeno cria uma explosão de plâncton que contribui para manter uma magnífica diversidade de peixes tropicais, invertebrados e grandes pelágicos.

Tubarões, baleias, mantas gigantes, marlins,leões marinhos, grupos residentes de golfinhos e outros animais habitam estas águas, em um ecossistema tão especial, que Jacques Cousteau batizou como "O aquário do mundo".



Por Fábio Giacomelli e Tâmela Grafolin

Um passo mais próximo na descoberta de doenças raras

19 de Março de 2015

É na estrutura genética humana que se encontra toda a informação que o ser humano vai levar ao longo da sua vida. Cada indivíduo possui uma estrutura genética única e é ela que vai determinar elementos básicos como a cor dos olhos ou do cabelo. Mas é também aqui que se podem encontrar respostas para doenças que o indivíduo possui ou pode vir a desenvolver no futuro.

Por: Adriana Ribeiro e Joana Santos

As potencialidades de conhecer e compreender as alterações, mesmo as mais subtis, dos genes humanos, são vastas mas a principal é a possibilidade de diagnosticar precocemente doenças hereditárias, como o Alzheimer, ou dar resposta a doenças raras desenvolvidas através de novas mutações genéticas como o caso da síndrome de Pitt-Hopkins. Assim surgiu o Projeto Genoma Humano (PGH) que consiste na tentativa de mapear os genomas humanos. A iniciativa, que nasceu em 1990, tem vindo a reunir cientistas de todo o mundo para a sequenciação dos genes, um a um. O sucesso tem vindo a ser provado ao longo dos anos com as contínuas descobertas dos genes responsáveis por doenças hereditárias como a fibrose cística ou a distrofia muscular assim como doenças que resultam da conjugação de vários genes como a asma, a diabetes ou o cancro.
Este processo é bastante complexo e demorado, apesar dos resultados positivos, a Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA) em 2012 começou a desenvolver uma nova técnica de diagnóstico genético. A equipa da universidade, liderada por Stan Nelson, pôs em prática a “sequenciação do exoma”. O exoma é uma fração do genoma (ambos componentes do ADN), onde a maioria das variações que causam doenças genéticas se encontra. Esta evolução permite que o médico não tenha que escolher um gene específico para analisar e num único exame é possível investigar todos os genes. Dois anos depois de ter sido posta em prática, a equipa da UCLA, num estudo publicado na Journal of the American Medical Association (JAMA), conclui que a sequenciação do genoma é mais eficiente que a realização de outros exames genéticos convencionais e que têm potencialidades de ser incorporado como um teste mais rotineiro no diagnóstico genético. Estes também foram os dados alcançados por outro estudo norte-americano realizado no Colégio de Medicina Baylor, em Houston, liderados por Yaping Yang e Christine Eng depois de sequenciarem o exoma a cerca de 2000 pacientes.
A sequenciação do exoma consiste na técnica para sequenciar todos os genes codificadores de proteínas de determinado genoma, que se denomina de exoma. Esta técnica reside na seleção do subconjunto de ADN que codifica as proteínas, isto é, exãos. Posteriormente o ADN é sequenciado através da tecnologia da sequenciação do ADN. O exoma é a parte do nosso ADN que contém os genes propriamente ditos. Representa apenas 1% do genoma, mas é aí que surgem 85% dos milhares de mutações individuais causadoras de doença, crê-se que atualmente estão catalogadas mais de 6000. Ao contrário do genoma no seu todo, que contém três mil milhões de “pares de bases”, o exoma contém apenas 37 milhões de pares de bases, que compõem os cerca de 20.000 genes humanos. Com as atuais técnicas de sequenciação genética, torna-se possível obter com relativa facilidade uma “imagem global” das variantes genéticas que os genes de uma pessoa encerram e com o reforço das grandes bases de dados genéticos e à descrição dos sintomas dos doentes, associar essas variantes genéticas a doenças até aqui desconhecidas.
Segundo um comunicado da UCLA, existem testes de diagnóstico genético, para uma série de doenças provocadas por mutações num único gene. Porém, estes testes escrutinam apenas uma diminuta região do ADN, ou seja, um gene. A técnica de sequenciação do exoma, pelo contrário, permite excluir a totalidade dos genes, à procura, por comparação com um exoma de referência, de mutações muito raras e potencialmente patológicas presentes do genoma.
Esta técnica ainda apresenta algumas falhas, como mostram os estudos, porém, as hipóteses de sucesso são maiores, uma vez que área de estudo do exoma é muito menor do que a do genoma.
Nos estudos que já foram feitos, os autores mostraram que a sequenciação do exoma permite descobrir a mutação responsável em cerca de 25% dos casos. No estudo feito por Stan Nelson e alguns colegas da UCLA permitiu mostrar que, quando os exomas dos pais também eram sequenciados e comparados ao da criança, a taxa de sucesso na identificação da mutação em causa subia para 41% (contra 9% quando o exoma dos pais não estava disponível). Esta substancial melhoria da taxa de sucesso do diagnóstico através da sequenciação de trios de exomas (criança, pai e mãe), deve-se ao facto de muitas das doenças raras em causa serem causadas por mutações que só é possível detetar comparando o ADN das crianças ao dos pais.
Por um lado porque pode tratar-se de mutações novas que não estavam presentes nos pais e que só são reveladas pela comparação. Por outro lado, porque podem ser mutações que embora já estivessem presentes nos pais são diferentes em cada um deles. Sozinhas, podem não provocar doenças, mas ao combinarem-se num filho no mesmo local e no mesmo genoma inativam completamente o gene afetado, e juntas tornam-se patológicas.




Polaroid vintage na era digital

26 de Março de 2015

“Liga-o ao teu telemóvel, tira uma fotografia e fica com uma fotografia impressa em segundos”. Esta é a ideia de uma empresa francesa que está a fazer sucesso na internet. Através da plataforma de crowdfunding Kickstarter, os criadores deste aparelho tornaram possível ter uma impressora no telemóvel.
Por: Adriana Ribeiro e Joana Santos

Prynt Case é o nome dado à aplicação que possibilita imprimir fotografias através do smartphone. O que a diferencia da possibilidade de mandar imprimir documentos por via wireless ou wi-fi é que não é necessário ter acesso a uma impressora externa. A Prynt agrega ao telemóvel a impressora. Desta forma aquilo que se propõe fazer é poder tirar uma fotografia e no momento seguinte imprimi-la sem ter que se deslocar.
O seu formato assemelha-se a uma vulgar capa protetora de telemóvel. A ligação ao dispositivo é feita não através de Bluetooth ou Wi-fi mas sim via Lightning no caso dos iPhone e microUSB nos restantes aparelhos que suportem esta ligação.
As funcionalidades da Print podem ser comparadas aos famosos Polaroids. A impressão de uma fotografia demora 30 segundos. No entanto, esta aplicação traz novidades. A grande novidade é a produção de imagens em realidade aumentada. Através de uma aplicação, quando se tira uma fotografia com recurso à Print Case, ela vai imprimir a fotografia com um código que, quando scaneado, cria um pequeno vídeo do momento em que a imagem foi captada. Através dessa mesma aplicação é possível adicionar efeitos nas fotos e partilhá-las nas redes sociais.  


A campanha no Kickstarter com a Prynt foi vendida inicialmente por US$49 (aproximadamente 44,74€) com um preço promocional para os primeiros vinte compradores. Depois, para os seguintes 200 compradores o preço subiu para US$79 (ou seja, 72,15€). O preço do dispositivo atualmente é de US$99 (isto é, 90,41€), sendo que quase 1500 pessoas já adquiriram.
As entregas da aplicação são feitas para qualquer parte do mundo, inclusive as folhas que são utilizadas para a impressão, que foram criação também dos fundadores. Por US$25 (22,83€) é possível comprar um pack de 50 folhas a mais do que as 10 que já vêm incluídas com a Prynt.
Por enquanto as cores disponíveis no mercado são o rosa, branco e azul e pode ser usado com Android e iOS, com dispositivos como, os iPhone 5, iPhone 5S, iPhone 5C, e iPhone 6, como também nos Samsung Galaxy S4 e Galaxy S5. Até agora a Prynt já arrecadou cinco vezes mais o valor pretendido, mais de US$255 mil (ou seja, 232,90€).

Os cofundadores da aplicação, Clément Perrot e David Zhang inspiraram-se neste produto, após passar algum tempo com os amigos e uma Polaroid. Eles quiseram recriar a experiência de partilhar imagens “físicas” com os amigos e sabiam que podiam aumentar essa experiência ao incorporar o dispositivo num smartphone, que está sempre connosco e mantêm-nos sempre em contacto. Num ano, a companhia aumentou para uma equipa de 7 fotógrafos entusiastas com a engenharia, o design e o marketing, com ligações entre São Francisco na Califórnia e Paris. O seu primeiro produto The Prynt Case foi lançado neste ano de 2015 com uma campanha da Kickstarter.


Fontes:
TechTudo
TekSapo
PPWare