quinta-feira, 26 de março de 2015

O mundo das mulheres-girafa

Em casas feitas de palha, sem água corrente ou eletricidade, os Karen Padaung dedicam-se principalmente à tecelagem e ao artesanato. Quem os visita, não está ali para comprar mas para apreciar de perto as míticas mulheres-girafa que fazem parte desta comunidade e se tornaram numa das maiores atrações turísticas da Tailândia.


"Mulher-girafa"
Refugiadas nas montanhas do noroeste tailandês, numa cidade chamada Mianmá, as mulheres-girafa são conhecidas por usarem uma espiral de cobre em volta do pescoço, como se tratasse de um pescoço de girafa.
A etnia Karen, à qual os Padaungs pertencem, possui uma tradição cultural muito antiga e detalhada. A utilização de uma espiral em volta do pescoço, que pode chegar aos 30 cm, representa um ritual de beleza das mulheres da comunidade. Em noite de lua cheia, quando uma menina Padaung completa cinco anos de idade é colocada a primeira argola no seu pescoço. Ao longo dos anos, os aros vão sendo substituídos até que esta complete 18 anos. O objetivo é que na idade de se casar, a então mulher utilize já um colar que tenha mais de 25 cm.
Ainda que seja uma tradição curiosa que atrai vários turistas ao local, este ritual traz sérios problemas para as mulheres-girafa. Algumas mulheres usam diariamente mais de três quilos ao pescoço, resultado do peso do espiral em cobre. Este adereço apenas é retirado para ser lavado e mudado nos rituais de troca.
Ao contrário do que a maior parte dos visitantes da aldeia Chiang Dav pensa, a utilização deste objeto tradicional não aumenta consideravelmente o pescoço das mulheres. O que acontece é que depois de algum tempo, os ombros descem pois a clavícula vai cedendo com o peso dos aros.
Como acontece em todas a tradições, uma mais que outras, os rituais vão se perdendo com o passar dos anos. A curiosidade dos turistas leva-os cada vez mais a visitar a comunidade e o dinheiro que estes oferecem para que elas se deixem fotografar torna-se a fonte de rendimento de algumas destas mulheres. Com os novos tempos, em muitos casos, a utilização deste adereço já não é tanto uma forma de seguir um ritual tradicional, mas sim um meio de conseguir subsistência através do dinheiro dos turistas.
Torna-se cada vez mais normal verem-se mulheres Karen Padung sem os aros no pescoço, por opção própria, o que é aceitável perante o resto da comunidade. Porém, até nas montanhas tailandeses a crise económica que se faz sentir leva a que muitas façam o sacrifício de forma a garantirem a sua sobrevivência.



Por: Soraia Ferros e Ana Catarina Silva

Fontes:
Site Revista Planeta
Blogue 360 Meridianos
Blogue Venturas
Site Curiosidades e Cultura

Foto: Site Jornaljr

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