Em
casas feitas de palha, sem água corrente ou eletricidade, os Karen Padaung
dedicam-se principalmente à tecelagem e ao artesanato. Quem os visita, não está
ali para comprar mas para apreciar de perto as míticas mulheres-girafa que
fazem parte desta comunidade e se tornaram numa das maiores atrações turísticas
da Tailândia.
"Mulher-girafa" |
A
etnia Karen, à qual os Padaungs pertencem, possui uma tradição cultural muito
antiga e detalhada. A utilização de uma espiral em volta do pescoço, que pode
chegar aos 30 cm, representa um ritual de beleza das mulheres da comunidade. Em
noite de lua cheia, quando uma menina Padaung completa cinco anos de idade é
colocada a primeira argola no seu pescoço. Ao longo dos anos, os aros vão sendo
substituídos até que esta complete 18 anos. O objetivo é que na idade de se
casar, a então mulher utilize já um colar que tenha mais de 25 cm.
Ainda
que seja uma tradição curiosa que atrai vários turistas ao local, este ritual
traz sérios problemas para as mulheres-girafa. Algumas mulheres usam
diariamente mais de três quilos ao pescoço, resultado do peso do espiral em
cobre. Este adereço apenas é retirado para ser lavado e mudado nos rituais de
troca.
Ao
contrário do que a maior parte dos visitantes da aldeia Chiang Dav pensa, a
utilização deste objeto tradicional não aumenta consideravelmente o pescoço das
mulheres. O que acontece é que depois de algum tempo, os ombros descem pois a
clavícula vai cedendo com o peso dos aros.
Como
acontece em todas a tradições, uma mais que outras, os rituais vão se perdendo
com o passar dos anos. A curiosidade dos turistas leva-os cada vez mais a
visitar a comunidade e o dinheiro que estes oferecem para que elas se deixem
fotografar torna-se a fonte de rendimento de algumas destas mulheres. Com os
novos tempos, em muitos casos, a utilização deste adereço já não é tanto uma
forma de seguir um ritual tradicional, mas sim um meio de conseguir
subsistência através do dinheiro dos turistas.
Torna-se
cada vez mais normal verem-se mulheres Karen Padung sem os aros no pescoço, por
opção própria, o que é aceitável perante o resto da comunidade. Porém, até nas
montanhas tailandeses a crise económica que se faz sentir leva a que muitas
façam o sacrifício de forma a garantirem a sua sobrevivência.
Por: Soraia Ferros e Ana Catarina Silva
Fontes:
Site
Revista Planeta
Blogue
360 Meridianos
Blogue
Venturas
Site
Curiosidades e Cultura
Foto:
Site Jornaljr
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