Uma missão breve é o que Papa Francisco acredita que seja o seu pontificado. No segundo aniversário da sua eleição, o argentino afirma que tem a sensação de ficar por poucos anos à frente da igreja católica. Descartando a imposição de um limite de tempo para o seu papado, o pontífice acredita ficar a cumprir a missão que Deus lhe destinou apenas por 4 ou 5 anos.
Papa Francisco |
"Tenho
a sensação que meu pontificado será breve. Quatro ou cinco anos. Não sei, ou
dois, ou três. Pelo menos dois já passaram. É como uma sensação vaga. É como a
psicologia de quem joga e acredita que vai perder para não se desiludir (...)
Tenho a sensação de que o Senhor me colocou aqui para uma missão breve",
afirmou o Santo Padre numa entrevista à cadeia de televisão mexicana
Televisiva, posteriormente divulgada pela rádio Vaticano.
No
seguimento do segundo aniversário do seu pontificado, Francisco falou não só
sobre a sua eleição como também dos seus limites como pessoa, deixando de parte
a ideia de existir um limite no seu pontificado já que revela considerar que
este que não deve ter um término fixado.
Volvidos
dois anos sobre a sua eleição, a declaração do Papa acerca dos anos que se irá
manter à frente da Igreja Católica relembra a renúncia de Bento XVI, temendo-se
que o mesmo aconteça no pontificado de Francisco. Sem impedimento algum caso o
venha a fazer, será a segunda vez consecutiva que acontece uma renúncia papal
na história da igreja. Segundo o Código Direito Canónico, cânone 332, parágrafo
2 “Se acontecer que o Romano Pontífice renuncie ao cargo, para a validade
requer-se que a renúncia seja feita livremente, e devidamente manifestada, mas
não que seja aceite por alguém”.
Abdicar
do pontificado não é algo inédito na Igreja, ao longo da história inúmeras
renúncias foram feitas. Segundo Richard McBrean, teólogo e padre americano,
seis papas abdicaram do pontificado nos últimos 2000 anos. Cinco dos ex
responsáveis pelos destinos da Igreja Católica renunciaram por razões políticas
ou territoriais, apenas Bento XVI justificou o abandono do cargo por motivos de
saúde, afirmando sentir-se incapaz de continuar a sua missão.
O
Papa Ponciano, a 235 d.c. foi o primeiro Sumo Pontífice a renunciar o cargo
aquando do seu exilio na Sardenha e sem esperança de ser liberto e voltar ao
Vaticano. À renúncia de Ponciano seguiu-se a do Papa Silvério que em 537 deixou
também ele o cargo devido a situação semelhante. O último Papa a renunciar
antes de Bento XVI foi Gregório XV devido à grande crise religiosa que se fazia
sentir na Igreja Católica na época. Bento XVI pôs fim ao seu pontificado em
2013 e se Francisco renunciar também será algo inédito na história do Catolicismo.
Por:
Carina
Alves
Ana
Catarina Silva
Fontes:
Rádio
Renascença
Código
de Direito Canónico
Foto:
valberlucio.com
Veja.com
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