quinta-feira, 19 de março de 2015

Santo Padre acredita num pontificado breve




Uma missão breve é o que Papa Francisco acredita que seja o seu pontificado. No segundo aniversário da sua eleição, o argentino afirma que tem a sensação de ficar por poucos anos à frente da igreja católica. Descartando a imposição de um limite de tempo para o seu papado, o pontífice acredita ficar a cumprir a missão que Deus lhe destinou apenas por 4 ou 5 anos.




Papa Francisco
"Tenho a sensação que meu pontificado será breve. Quatro ou cinco anos. Não sei, ou dois, ou três. Pelo menos dois já passaram. É como uma sensação vaga. É como a psicologia de quem joga e acredita que vai perder para não se desiludir (...) Tenho a sensação de que o Senhor me colocou aqui para uma missão breve", afirmou o Santo Padre numa entrevista à cadeia de televisão mexicana Televisiva, posteriormente divulgada pela rádio Vaticano.

No seguimento do segundo aniversário do seu pontificado, Francisco falou não só sobre a sua eleição como também dos seus limites como pessoa, deixando de parte a ideia de existir um limite no seu pontificado já que revela considerar que este que não deve ter um término fixado.
Volvidos dois anos sobre a sua eleição, a declaração do Papa acerca dos anos que se irá manter à frente da Igreja Católica relembra a renúncia de Bento XVI, temendo-se que o mesmo aconteça no pontificado de Francisco. Sem impedimento algum caso o venha a fazer, será a segunda vez consecutiva que acontece uma renúncia papal na história da igreja. Segundo o Código Direito Canónico, cânone 332, parágrafo 2 “Se acontecer que o Romano Pontífice renuncie ao cargo, para a validade requer-se que a renúncia seja feita livremente, e devidamente manifestada, mas não que seja aceite por alguém”.
Abdicar do pontificado não é algo inédito na Igreja, ao longo da história inúmeras renúncias foram feitas. Segundo Richard McBrean, teólogo e padre americano, seis papas abdicaram do pontificado nos últimos 2000 anos. Cinco dos ex responsáveis pelos destinos da Igreja Católica renunciaram por razões políticas ou territoriais, apenas Bento XVI justificou o abandono do cargo por motivos de saúde, afirmando sentir-se incapaz de continuar a sua missão. 
O Papa Ponciano, a 235 d.c. foi o primeiro Sumo Pontífice a renunciar o cargo aquando do seu exilio na Sardenha e sem esperança de ser liberto e voltar ao Vaticano. À renúncia de Ponciano seguiu-se a do Papa Silvério que em 537 deixou também ele o cargo devido a situação semelhante. O último Papa a renunciar antes de Bento XVI foi Gregório XV devido à grande crise religiosa que se fazia sentir na Igreja Católica na época. Bento XVI pôs fim ao seu pontificado em 2013 e se Francisco renunciar também será algo inédito na história do Catolicismo.
  Por:
Carina Alves
Ana Catarina Silva


Fontes:
Rádio Renascença
Código de Direito Canónico
Foto: valberlucio.com

Veja.com 

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