quinta-feira, 28 de maio de 2015

Um reinado contado em 20 anos: Chatô, o rei do Brasil é um filme ainda sem data de estreia

Marco Ricca e Andreia Beltrão em cena de Chatô.
Reprodução/Trailer Oficial do Filme

'Chatô, O Rei do Brasil’ já é um marco no cinema brasileiro, antes mesmo do seu lançamento oficial. Não muito pela obra em si, mas por tudo o que a envolve. A produção teve início há 20 anos e tardou tanto não por ser uma produção que exige esse tempo, como Boyhood, por exemplo. A demora se deu pelas exigências que o cenário impôs. Trata-se de um filme sobre uma época passada, que começou a ser gravado em uma época passada, com equipamentos tecnológicos hoje ultrapassados e que será lançado no futuro com delay

Dirigido e produzido por Guilherme Fontes, o filme “Chatô, o rei do Brasil” está em processo de produção desde 1995 e ainda não possui data de estreia. Em uma entrevista recente à revista Status, Fontes diz que as cenas foram filmadas em 1999, 2002 e 2004, e que não havia finalizado o filme pois faltava uma verba para a trilha sonora e computação gráfica.

No mesmo ano que entrou em produção, Guilherme Fontes recebeu 8,6 milhões de reais de leis de incentivo à cultura para começar a produzir a cinebiografia. E com esse valor captado, tentou convencer Francis Ford Coppola a assumir a direção do filme, dizendo que Chatô seria o Cidadão Kane brasileiro. Não conseguiu e acabou ficando ele mesmo com a direção.

Ainda em entrevista a revista Status, Fontes declarou sentir-se “na Rússia” ao ver as condenações por improbidade fiscal que partiram do Ministério da Cultura e do Tribunal de Contas da União. “Eu me sinto numa Rússia! Parar um filme é normal! Existem vários filmes nacionais que demoraram anos para captar! É comum! Mas no meu caso, não. Porque era um projeto ousado e com um nome poderoso”.

Baseado no livro de Fernando Morais, “Chatô, o rei do Brasil” narra a história de Assis Chateaubriand responsável pela criação da primeira emissora de televisão do Brasil e o primeiro grande empresário do ramo da comunicação social. Proprietário da empresa Diários Associados que envolvia mais de 100 emissoras de rádio, jornais e revistas nas décadas de 1950 e 1960.

O filme ganhou seu primeiro trailer - também sem finalização - em 2014, divulgado pelo autor do livro e até já ganhou classificação etária para exibição do Ministério da Justiça. Além dos problemas com verbas, não sabe o que impede “Chatô” de chegar às salas de cinema. O que se sabe é que o produtor e diretor do longametragem inclusive propôs à Rede Globo, dona dos direitos do filme, a produção de uma minissérie em 10 capítulos com as cenas que não foram incluídas na película.


Entrevista completa à Revista Status: http://www.revistastatus.com.br/2014/05/07/guilherme-fontes/

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